A atribuição de médico de família a todos os portugueses é uma promessa política antiga, cada vez mais longe de ser concretizada. Há 98% dos residentes no país que estão inscritos em centros de saúde, mas apenas 75% são acompanhados por um especialista em Medicina Geral e Familiar. Do outro lado, estão 16% de utentes que pioraram a sua condição, porque já tiveram clínico mas atualmente não têm, e 6% que nunca tiveram. Entre aqueles que estão a descoberto, quase um em cada três esperam há mais de dois anos pela atribuição de um médico de família.

Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, em Maio, 1,3 milhões de utentes não tinham médico de família, enquanto em 2019 eras 641.000. O número tem vindo a agravar-se todos os anos devido às aposentações e à dificuldade em fixar e atrair médicos para o Serviço Nacional de Saúde.